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terça-feira, 23 de setembro de 2008

REVOLUÇÃO

O termo Revolução quando é usado, denota, implica, propõe um movimento forte, poderoso, irreversível e irresistível que envolve mudança, transformação, assim como nos fenômenos naturais, onde a natureza explode com suas revoluções e altera definitivamente o espaço.
Em Hannah Arendt, o termo Revolução remonta à um “processo biológico”, onde os processos históricos, assimilam a imagem do movimento cíclico, regular e necessário dos corpos celestes, como em Copérnico, a origem do termo Revolução; ou seja, um movimento regular, sistemático, movimento cíclico das estrelas. Desta forma científica, a Revolução dos astros seria uma coisa necessária (movimento de rotação e translação, propiciando as estações do ano e conseqüentemente a prática da agricultura), assim ela compara quando isso acontece com os pobres que movidos por suas necessidades físicas irrompem no palco da Revolução Francesa como que influenciados de forma sobrenatural pelos astros, pelo movimento lunar. Como se essa “irresistível vontade geral” tivesse influência das fases da lua, mas que antes de ser um fenômeno sobre/natural fosse uma necessidade, uma vontade geral.
Thomas Jefferson, também faz alusão as leis da natureza quando trata os acontecimentos humanos que envolvem as grandes massas interferindo nos processos históricos e políticos da humanidade. Segundo Thomas, “...torna-se necessário para um povo dissolver o vinculo político que o mantinha ligado ao outro, e assumir entre as potências da terra a situação separada e igual à que as leis da natureza e o deus da natureza lhe dão direito...”. Toda ação exige uma reação, para grandes mudanças é necessário as vezes “explosões”, na natureza nada se cria tudo se transforma, enfim, assim também acontece com os fenômenos históricos e políticos, assim também acontece com o fenômeno da Revolução, para que haja uma Revolução no pleno sentido termo é necessário que exista: a violência (explosão), a experiência da liberdade (ação/reação) e a mudança da forma de governo (mudança, transformação, metamorfose).
Assim sendo, o termo Revolução para estes historiadores é tratado como uma ação própria da natureza, um movimento cíclico como os astros e corpos celestes que Copérnico identificou em suas observações e estudos, um movimento necessário, um movimento sistemático e regular de origem astronômica, revolutionibus do grego, um movimento de revolução.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Satanismo Medievo - Tributo ao padre Docre (By Cordélia-1984)


Coventos, mosteiros, sacristias
Sortilégios, satanismos, feitiçarias
Obra de perversos clérigos
Que fabricam o horror da matéria
No vermelho sangue dos fetos
Ofertados sem culpa às trevas.

No sangue espalhado pelos campos
Na batalha dos homens de virtude,
Nas bandeiras rasgadas e jogadas
Nas crenças sumidas e caladas
Há o silêncio grave e profano,
De quem alimenta a guerra...

Nada de surpresas

Nada mais me surpreende;
Nem o frio mais gélido da estação
Mais austera, solitária e alcoólica a me trincar os ossos,
Nem o calor mais ígneo
Da bola de fogo em pleno meio-dia do deserto.
Nada mais me surpreende;
Nem a mais avançada, das mais avançadas das tecnologias
Nem os causos nostálgicos de algum velho lavrador
Com sua enxada.
Nada mais me surpreende;
Nem o mais novo sabor de sorvete
Nem o mais caro e nobre vinho.
Nada mais me surpreende;
Nenhuma ação política
Nenhum levante popular.
Nada mais me surpreende;
Nem as causas perdidas
Nem as causas impossíveis.
Nada mais me surpreende;
Nenhuma segunda intenção
Nenhuma oferta tentadora.
Nada mais me surpreende;
Nem se o Amor da mais linda jovem
Por um simples camponês acabe,
Como se nunca tivesse existido.
Nada mais me surpreende;
Que o dinheiro compre à tudo
E à tudo coloque um preço.
Nada mais me surpreende;
Nem a mentira mais dissimulada
Nem a mais pura e santa verdade.
Nada mais me surpreende;
Nem o modelo de carro mais potente e mais veloz
Nem o chinelo amarrado com barbante.
Nada mais me surpreende;
Nem o título mais excelso que um cidadão possa ostentar
Nem o analfabetismo de um retirante.
Nada mais me surpreende;
Nem a mais opulenta falcatrua
Nem a obra mais digna de louvor.
Nada mais me surpreende;
Nem a escuridão
Nem a clarividência.
Nada mais me surpreende;
Nem a falta de vida
Nem a eminência da morte.
Nada mais me surpreende;
Nem o grito rouco em pleno dia
Nem o silêncio grave e profundo na noite absoluta.
Infelizmente, nada nem ninguém
Nem o bem, nem o mal,
Nem o amor, nem o desprezo,
Nem o ouro, nem o sangue,
Nem o vinho, nem o vinagre
Pode me surpreender,
Pois, nada mais me surpreende.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ele (By Cordélia - 1984)


ELE

Ele vai chegar sorrindo
Ele vai te dar a mão,
Falará dos dias lindos
Que com ele chegarão.
Falará também de escola,
De criança e de prisão
Segurança e mais emprego,
Mais saúde, habitação.
Ele vai pedir seu voto
Mas você vai dizer não, não, não.

Ele vai te olhar nos olhos
Até o dia da eleição.
Erguerá uma criança
Pra luz da televisão.
Aparecerá suado
Cansará de dar a mão
E ele vai pedir seu voto
Mas você vai dizer não, não, não.

Não eleja vagabundo nesta eleição!
Vote nulo!
Vote Sr. Nulo!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Meus ancestrais polacos...

Um dia quem sabe vingarei o mundo,
Pelos sofrimentos cometidos a meu povo.
Tenho uma dívida com meu próprio sangue.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ao padre Docre.

Conventos, mosteiros, sacristias
Sortilégios, satanismo, feitiçarias.

sábado, 14 de junho de 2008

"Suicídio Coletivo"

Não vou me matar, pelo menos essa noite.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

It's a Punk!

Rebele-se contra a tirania da palavra HARMONIA e BOM GOSTO!

domingo, 1 de junho de 2008

O Inexplicável

O Inexplicável
Imerso em pensamentos
E dentro deles perdido,
Procuro agora a luz dos olhos de cigana.
Os olhos onde o casto amor ardia,
Ledo de se ver neles abrasado,
O amor.Mas estou cego, em partes.
Diviso apenas os pensamentos
Afuguentando-me como coisas.
E percebo que pensamentos são coisas.
Tateio com as mãos no escuro
As paredes de um interminável labirinto
Que levam-me ao Inexplicável,
Mas não me levam a ti.
Caminho cambaleante, doente e com frio
Com a morte surda a meu lado.
Caminho decidido, com projeção e passos firmes
Com o primo da morte a meu lado.
Caminho na senda que leva-me ao Inexplicável
E o Inexplicável quer levar-me até ti.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A lâmina em riste

Comprei um punhal.
É usado, paguei 15 reais.
Aberto ele parece uma tesoura.
Acho que ele já cortou muita carne, pois é de segunda-mão.
As vezes só a inteligência não basta.

terça-feira, 11 de março de 2008

A Desconhecida (A ausente)

Para conhecer-te, que devo eu fazer Cordélia?
Devo eu imergir nas propriedades mais secretas do éter?
Ou devo desperdiçar minha vida inteira
Estudando herméticamente a estrutura elementar da matéria,
Para assim ter um breve vislumbre
Da rica complexidade de sua natureza?
Que faço eu Cordélia
Para conhecer-te em tua ausência?
Buscarei eu na minha solidão e melancolia
Transformar meus metais
No ouro mais perfeito, no ouro astral
E oferta-lo-ei no dia festivo de suas núpcias?
Trarei elementos fortes:
Sal, Enxofre e Mercúrio
Para cingir seus rins durante a purificação
De seu corpo em chamas?
Que faço eu para conhecer-te Cordélia
Dentro dessas negras sombras dançantes
De tua grande ausência?
Apenas pergunto,
Torvo, delirante e febril ao eco
Que me trai a resposta.

terça-feira, 4 de março de 2008

Se essa rua fosse minha....

Se essa rua fosse minha,
Eu explodiria as estátuas da praça
Até as mais belas e sacras,
Colocaria fogo nas casas
E plantaria um jardim
Sem reticências. . .

Se essa rua fosse minha,
Suspenderia o trafego de carros
Para somente as pessoas passarem
Descalças,
Elas mesmas.
Sem suas palavras
E seus documentos. . .

Se essa rua fosse minha.
Não haveria rua.

A náusea

Deixo os livros pra depois
E descrevo agora
Minha náusea
E sua supertições.
É uma náusea não-liquida
Supliciada,
Daquilo que esta por vir
Da partida aos avessos,
Com gosto de fim.
Náusea primitiva
Da espera desengonçada
Transformada no instante da véspera.
Náusea lutuosa
Do esquecimento permanente
Na ótica de todas as coisas.
Náusea na véspera.
Náusea no entardecer.
Náusea ao adormecer.

Nos trópicos

Via a lua crescer no tão próximo horizonte do tempo,
Crescer com todo o vigor de tua sempre juventude.
Vi ela, então, cruzar todo o firmamento
Espraiando sua nívea luz de remissão e remorsos,
Para morrer nirvanizada noutro extremo do mundo.
Acompanhei as mudanças de estações nos trópicos.
Vi as flores e folhas caírem sem nada explicar,
Pessoas usando camisas-de-flanela,
E o vento aos poucos, varrendo ruas desertas.
Então vi e senti um frio de dez invernos,
A estação austera fez-se hóspede em meus dias.
Os vegetais e plantas sendo queimados pelo gelo,
O gado e os animais buscando refugio nas arvores mais robustas
As mesmas ruas desertas, agora mais gélidas e mais solitárias
Os seixos singrando dores, no orvalho da madrugada fria de ausências.
Suportei o silencio e a conformação
No vazio de uma casa vazia,
Sem televisão, ou qualquer outro meio de comunicação entre os vivos.
Suportei às duras custas, o tédio, a grande solidão com mágoa
E a própria loucura,
Numa das estações mais homicidas.
Com a mais vigilante serenidade,
Esperei os pássaros migrarem ao seu lugar de origem,
Esperei a natureza se cobrir com seu manto-veludo de cores e aromas,
Vi a vida se renovar dentro e fora de mim.
Os velhos sorrirem e as crianças correrem.
Vi a terra ser preparada para o plantio,
Borboletas, libélulas, pirilampos e o pólen sendo fecundado em pleno ar.
Vi o astro-rei com brilho de ouro
Dourar cabelos, trigais e festas,
Aquecer andarilhos e secar as roupas que quaravam no quintal.
Vi as fontes e riachos transbordarem as águas que guardavam,
Tal como uma mãe acumula leite em seu seio para o fruto de seu ventre.
Vi a semente germinar, as crianças crescerem
E uma jovem dançar descalça ao crepúsculo,
Com um sonho em seu coração.
Vi as mudanças de estações nos trópicos,
Vi muitas outras coisas também,
Apenas você que eu não vi mais.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Money

Um conto de réis = 1 : 000$000
Dez contos de réis = 10 : 000$000

Clemência

Perdone Justissimo Sinhore!

1984

Guerra é Paz
Ignorância é Força
Liberdade é Escravidão.

O lema do Ingsoc

Os últimos dias

Os heróis e guerreiros estão todos mortos.
Não sobrou nenhum.
Apenas homens que cumprem suas obrigações
E dizem estar fazendo a sua parte.
Especializam-se em especializar-se.
Sempre polidos pra ocasião,
Seja ela qual for.
Pensam ser eternos
Com suas porcarias brilhantes.
Muita teoria corajosa
E medo de andar descalço.
Convenhamos:
NINGUÉM CACHORRADA!