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terça-feira, 11 de março de 2008

A Desconhecida (A ausente)

Para conhecer-te, que devo eu fazer Cordélia?
Devo eu imergir nas propriedades mais secretas do éter?
Ou devo desperdiçar minha vida inteira
Estudando herméticamente a estrutura elementar da matéria,
Para assim ter um breve vislumbre
Da rica complexidade de sua natureza?
Que faço eu Cordélia
Para conhecer-te em tua ausência?
Buscarei eu na minha solidão e melancolia
Transformar meus metais
No ouro mais perfeito, no ouro astral
E oferta-lo-ei no dia festivo de suas núpcias?
Trarei elementos fortes:
Sal, Enxofre e Mercúrio
Para cingir seus rins durante a purificação
De seu corpo em chamas?
Que faço eu para conhecer-te Cordélia
Dentro dessas negras sombras dançantes
De tua grande ausência?
Apenas pergunto,
Torvo, delirante e febril ao eco
Que me trai a resposta.

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