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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Para uma menina com uma flor



Uma tarde tão antiga para ti polaquinha
Naqueles dias que pareciam ser para sempre
E que ainda sei que são para sempre em nosso coração.
Uma tarde tão antiga para ti polaquinha
Onde o céu era de um azul vítreo e vicioso.
Ceú de inverno sobre a grama morta da geada.
Por que colocaram aquela flor na sua mãozinha polaquinha?
Tão frágil e vivaz como seu coração...
Mas agora ela está congelada.
Junto com seu coração.
Junto com seu rostinho.
Junto com suas mãozinhas.
Junto com aquela tarde antiga polaquinha.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Liberdade...



"Todos tem a sua opinião a respeito da palavra liberdade, mas nínguém sabe realmente o que ela é, a não ser H.C."

Frase dita por Március Duda's no dia da colação de grau e encontrada nos escritos de "Simposium, uma aventura com H.C pela terra.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Amor na Vida

O Amor na vida
Parece desafiar tudo o que existe.
Parece não temer a morte e nem acreditar na sorte
E transformar tudo numa eterna juventude.
O Amor na vida
Dorme sem cansar e as vezes nem dorme
E quando dorme seu sono é uma benção,
E junto do ser amado, este sono é a melhor morte.
O Amor na vida
Quer tudo o que vem da emoção,
E tudo que acelera o coração.
Quer riscos, aventura, noites de luar, estrada afora.
Quer doses generosas de br's e quartos baratos de hotéis de madeira.
O Amor na vida
É sempre uma revolução
Enfrentando canhões com rosas e poemas.
E quando se fala da mulher amada
A vida tem mais graça.
O Amor na vida
É incisivo e parece explodir ou implodir
Tal o acúmulo das sensações acumuladas
E os beijos engatilhados.
O Amor na vida
Pode esperar um pouco, mas só um pouco
Mesmo sabendo que ele não pode esperar
Por que a vida é agora!

Quinhentos Anjos



Quinhentos anjos desciam do céu em espiral
E afagavam sua cabeça cansada.
Eu falava pra mim mesmo:
É preciso ir mais além, é preciso ir mais além
Na fraqueza ou na força,
No escuro ou na luz.
Você escutou minha conversa
Tentou entender e não conseguiu.
Na dança dos sexos não dancei.
Você dançou mesmo sem música.
O corpo revoluteava solto no firmamento
Refletia o cristal do sorriso tão-vida.
Eu errei de novo. Eu errei.
Quis ir embora,
Meus pés não obedeciam,
Um latejo no peito,
Um amargo na alma, já tão cedo.
Quis não existir
Mas as evidências eram tantas,
Minha sombra no muro,
Meus pés dentro do sapato,
Minha imperfeição na madrugada
Minha ressurreição na aurora,
Meu nome balbuciado por seus lábios sacrossantos.
Conformei-me então, pela metade
Éramos uma construção,
Mesmo que eu não dominasse meu presente.
Tanta coisa por se fazer, por nós dois
Para nós dois e com nós dois.
Estremecia meu pensamento
E se crispava minha espinha,
Beijava a paz do seu rosto
Não nos perderemos na estrada,
Mesmo com passos combalidos,
Mesmo desencarnado,
Mesmo doente,
Mesmo morto, guiarei nós dois
Por ledas veredas, calmas e serenas
E desceremos em espiral
Com quinhentos anjos a nossa volta.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Matéria sobre os Trapus de Luxo (in concert)











Uma viagem pela selvageria que somente o rock e seus subgêneros são capazes de despertar, quando ouvidos em alto e bom som. É assim que posso definir o demo da banda Trapus de Luxo (in concert) do interior de Irati, Paraná. Formada há 3 anos, por Henry Claude Stelmarsczuk (guitarra, vocal e composição), Rodrigo Stelmarsczuk (bateria) e Márcio Duda (baixo), lançam neste mês o cd demo ” Na hora do coito”, que alia atitude e bom humor, o mais sacana, em suas letras. Vide o nome que leva o álbum. A partir do nome da banda, titulo do disco, capa e contra-capa, podemos ter uma leve impressão do conteúdo.
Aparentemente para o ouvinte comum, apenas mais um disco de rock seguindo a lendária tríade de sexo, drogas e rock’n’roll. Mas os Trapus vão mais além. Variam do bom hard rock (No bar), para explodir sem advertir e inesperadamente na próxima faixa num violento punk rock alá Titãs anos 80 (Acenda a luz, apague a luz). Sem contar os temas históricos da humanidade que sempre surgem como polêmica, como a Inquisição, a guerra, a Igreja e o satanismo, abordados na faixa “Conventos, Mosteiros e Sacristias”.
Destaque para a primeira faixa, um hard rock que é um pesadelo, o mais sacana de todos, recomendado para se ouvir em almoços e jantares onde toda a família está presente. Com acordes incisivos, tribais, secos e repetitivos, crispações incomôdas que explodem em um refrão em forma de orgasmo, lembrando o ato do coito. Termo usado no período do Brasil Colônia para denominar com mais pudor o ato sexual, segundo o que nos conta o vocalista e guitarrista Henry Claude, que também é historiador e compôs a música e o restante do disco, (diga-se de passagem, que todos os integrantes da banda são formados em história). Está música, sem dúvida é uma ameaça constituída ao feminismo, mas segundo Henry Claude, ” ela é uma homenagem informal a todas as cortesãs do Brasil, tão importantes na disseminação de bordéis, e muitas vezes fundamentais na vida de alguns homens na história”.
É bom evidenciar que os três integrantes da banda são formados em história e ainda o vocalista é escritor nato (Natu Nobilis é seu whisquey), assim ouvindo o álbum, podemos ter um vaga noção de onde derivam suas músicas, a princípio diz ele que elas provém da experiência, extrínseca e intrínseca, nua e crua, estas seriam as responsáveis pelo ato criador, somando-se ao conhecimento histórico de práxis e o principal, a vontade de fazer um rock sem frescura.
É assim como se os Trapus chegassem sem nos conhecer e já nos levassem para a cama e fizessem o que deve ser feito, ou “aquilo que o diabo gosta”. Enfim, tenho muito mais a dizer, mas o espaço é limitado. Mas saliento, os Trapus de Luxo (in concert), me arrebataram como poucos da atualidade e das redondezas. Eles fogem do lugar comum, são sátiros, irônicos, criativos, selvagens e incisivos. Ou você sente ódio ou amor, jamais indiferença ao ouvir o álbum na “Hora do Coito”. Segundo eles o objetivo é provocar no ouvinte o “extinto de destruição”, ou ”Appetite for Destruction”, citando Guns’n’Roses, “destruir para construir, quebrar as antigas e as novas tábuas que estão escritas pela metade” como diz o irreverente e irrequieto Henry Claude, porta voz dos Trapus. Sobre influências, posso dizer que eles pegaram duas colheres de AC/DC, meia xícara de Velhas Virgens, duas pitadas de Metallica, Ultraje a Rigor a gosto, James Gang para temperar, polvilhado com Lixomania e batessem tudo num liquidificador gigante e destilassem a “Leda Quintessência*” do rock’n’roll.
Recomendo...

Obs:*Leda Quintessência, bebida oficial dos Trapus de Luxo (in concert).

Dionisio Marinski
Editor da Revista Underground
Ediçao nº6