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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Crápula Blasfêmo

É mais um condenado da terra
Se escondendo como um rato embaixo da vassoura
Depois de chutar uma garrafa pet
Na cabeça do Deus da vida.
Como pode uma vida tão desregrada e desgovernada
Para um único homem viver.
Cospe e blastema e cada manhã
E depois rói as unhas implorando pra esquecer.
E não quer olhar pra trás
Ele não quer ser a mulher de Lot.
Ogivas e revoluções
Todos os malditos dentro de sua cabeça.
A mesma guerra surda
Fazendo ruínas de seus miseráveis dias
O mesmo frontmam,
Fazendo misérias de seu corpo,
O mesmo andejo,
Usurpando sua alma e varrendo seu espírito
Ele busca uma retaliação.
Espera que os pecados
Sejam perdoados
Espera que os que sofrem
Sejam coroados
Espera que exista o Deus da vida
Espera no fim descansar em paz.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

25 ANOS SEM CLIFF BURTON









Sem dúvida um dos baixistas mais undergrounds de todo o cenário heavy. Cliff Burton criou um novo conceito para se executar um baixo dentro de uma banda de heavy metal. Impondo o instrumento de forma única e tocando de um modo extremo, denominado "fingers", Cliff trouxe toda a sonoridade, harmonia e peso do contra-baixo para a musica pesada, vide o album Kill Em All, todas as faixas, com destaque para Anestesia-Pulling That. O cara simplesmente arrebentava, e com o Metallica ganharam a cena de San Franscisco e ganharam o mundo. Com um carisma radiante, Cliff odiava ser poser, como acontece com muitos roqueiros ainda, mesmo aqueles que só tocam em suas garagens, aqueles estereótipos que deixam o cabelo crescer, vestem uma camiseta preta, tem uma mísera banda, estão sempre de mau com o mundo e se acham roks stars. PURA BAZÓFIA! Cliff Burton, era meio hippie, não abria mão de sua maconha e de suas origens. Junto com o Metallica inaugurou o trash metal.
Durante a parte européia da turnê Damage Inc., que promovia o álbum Master of Puppets, a banda percebeu que dormir em cubículos de seu ônibus era desconfortável. Como uma solução paliativa, os membros tiravam a sorte nas cartas todas as noites para que um deles dormisse no beliche de cima, mais confortável.Na noite de 27 de setembro de 1986, Cliff ganhou nas cartas com um ás de espadas. O jogo foi a última conversa de Cliff.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O homem que não deixou o TESO morrer no Brasil




Médico, escritor, terapeuta e criador da Somaterapia, Roberto Freire durante sua vida sustentou a ideologia do prazer(anarquia) contra a ideologia do sacrificio (capitalismo burguês). Em seus inúmero livros, tratou de temas contemporãneos como ninguém, abordados de modo crítico, com humor, indignação, poesia e fúria. Tratou do amor em todas as circunstâncias, pois só o amor liberta, o amor libertário, o amor revolucionário, o amor da revolução que nós tanto amávamos. Seu legado é o tesão que deixou vivo em seus livros, pensamento, filosofia e exemplo de vida. O tesão sem dúvida é a melhor arma que dispomos para a luta de classes, para a luta de sobrevivência e contra a ditadura do capitalismo burguês que tenta brochar qualquer manifestação livre e espontânea, movida pelo TESO.
VIVA ROBERTO FREIRE!
VIVA O TESO!
VIVA EU, VIVA TÚ!
VIVA O RABO DO TATU!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Getúlio Vargas: a pior escolha onde não se teve escolha

Entrou no poder por um golpe militar, logo após convoca eleições para se auto-promover e se eleger como presidente da República – a característica de entrar a força no poder é instaurada e agora perpetrada.

Institui alguns pequenos benefícios para a classe trabalhadora, mas quem mais tem benefícios com seus governos são as elites que lhe dão guarida e recebem apoio e taxas exclusivas.

Fundou o D.I.P (Departamento de Imprensa e Propaganda) que funcionava também como um órgão repressor, vigiando e punindo qualquer manifesção anti-getulista.

Sendo uma ditadura, traz à tona todas as características atrozes dos ditadores que a história mostra, poder absoluto e torturas deliberadas por trás de uma figura carismática como qualquer político populista.

Torturas, mortes e pessoas desaparecidas, líderes populares e ativistas revolucionários tiveram suas vozes caladas com o monóxido de carbono que saia dos escapamentos dos jeeps nos quartéis militares. Uma tortura muito comum nos quartéis dessa época, era colocar o prisioneiro com sua boca dentro do escapamento do veículo, enquanto um soldado segurava a vítima, outro ligava o jeep e acelerava até a morte do mesmo.

Manipulação e censura da imprensa escrita e falada (rádio), as informações eram impedidas de chegar as pessoas como elas eram, por isso o D.I.P fazia a propaganda paternalista da figura de Getúlio e calava a imprensa insurgente que pudesse ameaçar o estancieiro.

A fraude mental imposta as pessoas ingênuas e humildes que ostentavam patéticamente um quadro com sua “paterna”, mas satânica figura pendurada na sala, como se fosse uma iconografia de um santo salvador.

O retrocesso e também o congelamento de outras culturas Brasil a fora, que que calados viram o gauchismo ser exaltado entre os astros do cruzeiro, em detrimento a outras culturas brasileiras.

A proibição através de lei-decreto para os imigrantes poloneses e ucranianos, mas principalmente para os poloneses de ser falar em polaco, ou polonês, sob pena de multa e outras ameaças que constituiam-se através de tortura moral, psicológica e física. Sendo obrigados a eles falar o alemão (Isto demostra uma simpatia de Getúlio pelo Nazismo e pela figura maldita de Hitler).

Covardia ao tirar sua própria vida, após o incidente da rua Toneleros, onde a sua máscara de bom pai e governante caia, após o crime encomendado ser mal sucedido.

Levando-se em conta a máxima de que “o melhor governo é o que menos governa”, Getúlio Vargas foi a pior espécie de presidente que o Brasil um dia teve.

Por Henry Claude Stelmarsczuk

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A casa do morto

O dia amanheceu, mas a cidade não, e dorme seu sono diurno, vespertino e noturno de uma casa com seu eterno morto velado. Ele ficou na sala, cujo móveis foram arredados, todos foram embora, ou foram trabalhar. Trabalhar é a melhor desculpa, quem trabalha é honesto, tudo está justificado. Esse morto que nunca\ mais vai embora dessa cidade. Ou essa casa que nunca esquece seu morto. Assim amanheceu em EMI. Uma casa que se livra de seu morto, mas que mesmo assim ele continua lá estático e invencível. A ressaca da casa depois do velório, é esse o clima, são esses os ares, é esse o astral. As ruas de um luto sempiterno, a ressaca do morto. A casa do morto, vai ser sempre a casa do morto.
O dia que não era necessário sempre chega, e com ele toda a caraterística. Essas características nunca falham e a tudo transformam, e os homens acendem mais um cigarro. E a sala onde o morto habita, não é mais a mesma, é irreconhecível. Apenas o morto reina no comodo da casa mais festivo outrora. Apenas ele reina, e assim reinará por todo o sempre. A TV nunca houve. A estante com os livros e discos, é desprezada. Os sofás, estão apenas servindo para se sentar e esperar as horas passar, e são sempre 24 horas do ocorrido. Os tapetes escondidos, eles falariam muito nessa ocasião, algum quadro na parede é permitido, Sagrado Coração de Jesus e Maria, Santa Ceia, Nossa Senhora Aparecida...
As janelas hoje estão bem abertas, mas como saber se amanhã ou depois assim permanecerão? Elas sim estarão condenadas, condenadas a viver cerradas, para conservar o morto que ali viverá. Nunca mais as lembranças de natais, páscoas e anos-novos. Nunca mais a lembrança do namoro na sala destinada para tal. Nunca mais o beijo, o abraço e a beleza de quem se encanta com o outro pela primeira vez. Morto e entaipado a noite da véspera do baile que ali dentro da sala uma noite ou mais viveu. Morto e entaipado em alguma foto o presépio arrumado embaixo do pitoresco pinheirinho de natal. Morto e entaipado as revistas antigas que os meninos folheavam e se encantavam com alguma modelo na propaganda de blusas de tricô.
Só o morto viverá em absoluto na sala. Ele ganhou reconhecimento, ele conquistou sua existência no estado gélido da matéria, a sala lhe pertence por mérito. Quem ousaria desafiá-lo e teria mais coragem que o morto para tal? Ninguém. Ninguém que não fosse o próprio morto e seus condenados pauis. Ele triunfa agora sobre a sala, ele adorna a sala, ela graças a ele torna-se seu templo particular, e nunca mais poderá ser usada para mais nada. A sala agora é o lugar do morto, e lá ele deve ficar.

Por Henry CLaude Stelmarsczuk

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Homens Santos de Deus



Em nome do santo nome de Deus estes homens cometeram assassinatos, enforcamentos, açoites, inquisições, perjúrias, atentados, estupros, homicídios, latrocínios, chacinas, extermínios, furtos, expropriações de terras e ouro, terrorismos, sondagens, sortilégios, satanismos e feitiçarias.
Homens santos de Deus, vocês devem ser mortos em nome do inferno!!!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Escravo de um escravo

Tudo lhe zomba e lhe impôe condições
Amarrado, não pode nem mandar uma mensagem numa garrafa.
Esta a mercê de outrem, que nem sabe quem o é...
A beira da falésia, prostra-se
Escravo de um escravo
Numa pátria de liberdade nenhuma
De escravidão voluntária
E novos tratados de opressão são aprovados
E reformulados a toda hora.
Escravo de um escravo.
Escravo do céu e da terra
Grito calado e omisso.
Submisso, a leis, decretos, normas
Sinetas, horários, homens, crianças, velhos e jovens
Obediente a animais, plantas e qualquer matéria inanimada.
Escravo de um escravo.
Escravo de seus dentes e de seu corpo
Não pode deitar, não pode dormir,
Não pode andar, nem cuspir
Muito menos fumar ou beber.
Escravo de um escravo
Não tem nada
Mas é escravo de tudo.
Não tem nem a si mesmo,
E não tem o direito
De não poder querer não possuir.
Nem o direito de não querer não tem.
Lhe é proibido viver,
E também ao mesmo tempo proibido morrer.
Escravo de um escravo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

2º MDXHC LIVE KINGDOM!!!



VOCÊ ESTÁ SENDO CONVIDADO...
PARA A FESTA MAIS ESPERADA DESDE TODO O SEMPRE!!!
2º MDXHC LIVE KINGDOM!!!
MACACOS ME MORDAM, FESTA DO CARALHO!!!
EM SUA SEGUNDA EDIÇÃO, O ROLO COMPRESSOR TENTA ACOMPANHAR A LONA, OS DADOS VICIADOS NAS MESAS DE BLACK JACK SERÃO O PALCO DE MAIS UMA AMOSTRA DE DEGRADAÇÃO, SELVAGERIA E ROCK"N"ROLL!!! SERÁ QUE ELES VÃO CONSEGUIR???
2ºMDXHC LIVE KINGDOM, A FESTA MAIS ESPERADA DESDE TODO O SEMPRE!!!
VC NÃO É LOUCO DE FICAR FORA DESSA?
ORAS BOLAS, RAIOS O PARTAM, A MÁQUINA JÁ ESTÁ LIGADA!!!
COMPAREÇAM!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Coração Polaco




“Meu coração polaco voltou / coração que meu avô trouxe de longe para mim.
Um coração esmagado / um coração pisoteado / um coração de poeta.”

Paulo Leminski

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Casamento Polônes











O Casamento Polonês
O local e a data - A festa do casamento era feita na casa dos pais da noiva, num dia de sábado. Em décadas anteriores, o casamento era celebrado na segunda-feira e não no sábado. Para marcar o casamento, era preciso pensar em contratar uma cozinheira ( kucharka ) com seus tachos e talheres, uma bandinha de música ( musykanti ), o padre ( ksiads )... algo que tinha que ser feito com uns dezoito meses de antecedência. Marcada a data com esses três profissionais, então era hora de ir convidando o casal coordenador da festa ( druzba e druzbina ), os padrinhos e madrinhas , os condes e as damas ( sfat e druszka ). O convite geral era dirigido para os familiares e vizinhos; na prática, a colônia toda era convidada.


A Cozinheira - Prevendo alimentação para mais ou menos 500 pessoas por dois a quatro dias, a cozinheira se alojava na casa da noiva já na segunda-feira, quando encaminhava a arte culinária da semana. Na década de 1960, poucas casas tinham energia elétrica. Na terça-feira, ela assava as bolachas de mel com decoração colorida feita à base de glacê e açúcar. Na quarta-feira, ela cozinhava a cerveja caseira ( piwo ) e a gengibira, mais doce. Na quinta-feira, assava as broas ( chleb ) e o bolo da noiva ( kolacz ) e preparava a geléia de porco ( zimne nogi ). Dois ou três porcos eram abatidos pela manhã, tarefa que todo colono sabia fazer; já para matar o boi previamente engordado, era necessário chamar um açougueiro que possuía os apetrechos adequados. Na sexta-feira, dia em que os condes e as damas vinham para ornamentar o ambiente, a cozinheira se ocupava em preparar os frangos; o frango caipira tinha que ser novo e era doado pelos convidados ao casamento. Os pernis suínos eram assados no forno. Eram fritados os bolinhos de carne ( klopse ) e os sonhos. O açougueiro esquartejava a carne do boi. No sábado pela manhã, a cozinheira assava os frangos. Um grupo de mulheres fazia a maionese de batata e ovo, cozinhava o arroz, preparava as saladas de cebola e tomate. Numa grelha montada especialmente para a ocasião, vários homens se encarregavam de assar o churrasco. A refeição principal era servida pelas 15 horas, pois a cerimônia religiosa era oficiada na igreja pela manhã ou no mais tardar pelas 14 horas.

A despedida - os pais dos noivos não iam ao casamento religioso na igreja, pois eles estavam ocupados com a festa. Quem acompanhava os noivos na viagem à igreja eram os padrinhos, os condes e as damas. A noiva se trajava em sua própria casa, com o auxílio de uma pessoa da família que sabia vestir a noiva ( staroscina ). Por isso, havia o rito da despedida ( renkowiny ) dos noivos de seus pais. Nesse rito, eram declamados poemas e orações, intercalados por músicas religiosas. Por três vezes, de joelhos, os noivos pediam a bênção dos pais e estes, chorando, lhes impunham as mãos sobre a cabeça e traçavam o sinal-da-cruz. O druzba, falando em nome dos pais da noiva, dizia: "Nossa filha sempre foi tratada como rainha; se por acaso ela não servir para você, caro noivo, traga ela de volta que aqui ela será tratada sempre como rainha!" No final dessa cerimônia familiar, a staroscina jogava balas para os convidados e o druzba servia vodka para os homens e licor para as mulheres. Os sfaty eram encarregados de comprar os foguetes e os cigarros e charutos que eram colocados em caixas de sapato ornadas com papel crepom desfiado. Cada convidado de honra recebia pregada na roupa uma flor, que era de cedro verde com um lacinho de fita colorida. Para cada categoria de convidados (pais, padrinhos, sfaty, druzba) havia uma flor diferente. Alguns dias depois do casamento, os noivos iam para a cidade para a foto do casamento; a noiva se vestia de novo e então era feito o retrato. Não havia fotógrafos no dia do casamento, muito menos câmara de vídeo.

O matrimônio - de carroça puxada por uma parelha de cavalos, ou de perua rural, os noivos se dirigiam até à Igreja. Havia flores de crepom penduradas no arreamento dos cavalos, nos fueiros ( konica ) das carroças, e, mais tarde, nas maçanetas dos automóveis. O matrimônio era celebrado dentro da liturgia da missa. Nessa época, a missa mudou do latim para a língua vernácula. O casamento era celebrado em polonês, dado que todos conheciam a língua. O Concílio Vaticano II instituiu a equipe litúrgica que ajuda o padre a celebrar a missa; as tarefas litúrgicas cabiam a alguns membros da família dos noivos. O casamento civil ( slub cywilny ) era feito alguns dias antes ou depois do casamento religioso, na mais discreta singeleza; iam ao cartório apenas os noivos e dois testemunhas, que também podiam ser qualquer pessoa encontrada nas imediações do cartório.

Os arcos - terminada a cerimônia religiosa, o séqüito viajava para a casa da noiva. No trajeto, os foguetes sinalizavam em qual parte do trajeto os noivos se encontravam. Nas estradas de chão batido, se chovesse, a carroça demorava mais, mas era mais seguro para ir e voltar, pois o jipe, a rural ou a caminhonete freqüentemente encalhavam no barro. Nas principais encruzilhadas, desde o dia anterior estavam montados arcos ( bramka ), com duas taquaras verdes e enfeitadas com flores coloridas de crepom. O arco principal ficava na entrada da casa onde seria a festa. Os convidados para o casamento não iam para a igreja, mas calculavam o tempo para chegar na festa antes de os noivos chegarem da igreja. O druzba e a druzbina recebiam os convidados com um aperitivo, recolhendo os presentes para os noivos, que eram panelas, talheres, ferramentas, quadros religiosos e até guarda-chuva.

A festa - Enfim, a festa vai começar. Tão logo chegavam da igreja, os noivos serviam o bolo ( kolacz ) para os convidados. Os sfaty serviam - de novo - vodka e cigarros para os homens; as druszki distribuíam balas para as mulheres e crianças. Então, aos poucos os convidados se sentavam à mesa; as mesas eram montadas no paiol. A tarefa dos sfaty era servir a carne e a cerveja, enquanto as druszki serviam a comida. Como o espaço não era muito grande e eram poucos os pratos e os talheres, era necessário servir em duas a quatro mesadas.

A dança - terminada a comilança, as mesas eram rapidamente desmontadas para a dança. O paiol se transformava na pista de dança ( boisko ), que era enfeitado no teto com taquaras verdes e flores de papel e galhos de cedro pregados nas paredes. No início, o druzba dançava com a noiva ( wywodziny ) e a druzbina dançava com o noivo. Então os noivos passavam a dançar juntos. Druzba e druzbina dançavam com cada um dos pares de condes e damas, até o último casal. Daí a dança ficava livre até o amanhecer do dia. Cada pouco, alguém gritava: Viva os noivos! ( Niech zyja nam! ). Cada conde tinha o direito de realizar um szimango, isto é, se normalmente o rapaz tirava a moça para dançar, no chimango era a moça que podia tirar o rapaz. O chimango era sinalizado por um lenço branco pendurado num aro ao lado do abajur/globo ( kwiat ) principal do boisko.

A música - as bandinhas musicais da época utilizavam o violino, o acordeão, o clarinete, o baixo ( basy ) e o bumbo. Como não havia energia elétrica e nem amplificadores de som, o melhor clarinetista era aquele que conseguia soprar com mais força no seu instrumento. As bandinhas eram familiares - pai, filho, genro, cunhado. Na Colônia Dom Pedro II eram famosos os Halerz; na Colônia Cristina, o Wojtek Olbrech e seu conjunto. As músicas de maior sucesso era um xote ( Sokola ), uma marchinha ( Na Zielonem Gaju ) e uma valsa ( Sla Dzieweczka do Laseczka ). A Rádio Cambijú de Araucária-PR, hoje Rádio Iguaçu, cedia espaço para que essas bandinhas se apresentassem na rádio aos domingos; quando surgiu o gravador de cassete portátil, as músicas eram gravadas no casamento para serem reproduzidas na radioemissora. É famosa até hoje (ano 2003) aos domingos à tarde a Hora Polonesa ( Godzina Polska ) na Rádio Iguaçu, que pode tocar os CDs de música polonesa de algumas bandinhas remanescentes como: Celso Taborda, Grupo Musical Bela Vista, Musical Solo Ignácio Arendt, Coração Nativo, Grupo Ponczek. Celso Taborda possui o site www.musicapolonesa.com.br, através do qual se pode ouvir trechos de música polonesa.

A dança da mesa - pelas 22 horas, era realizada a dança da mesa, o czepowiny ou odczepiny. Os noivos eram colocados sentados à mesa ao centro do boisko, juntamente com os padrinhos. Cada conde e dama tinha a tarefa de ir buscando cada um dos convidados, dançar uma volta com o convidado ao redor da mesa dos noivos. Aí, o convidado pagava a gratificação do casamento, depositando uma cédula de dinheiro no prato dos noivos. A compensação da gratificação era um novo cálice de vodka ou licor, ou balas, ou cigarros. Não havia o costume de cortar a gravata do noivo ou recolher moedas no sapatinho da noiva. No final, o noivo ficava sentado à mesa e a noiva escolhia alguns rapazes para dançar com eles, o que era uma grande honra. Ao final dessa cerimônia, a noiva se sentava no colo do noivo e as senhoras casadas retiravam ( odczepic ) o véu da noiva e então ela recebia um lenço-de-cabeça ( chustka ); a partir dessa hora, já como mulher casada, ela passava a usar o lenço todos os dias. Fazia-se uma brincadeira, em que as casadas puxavam a noiva para o lado delas e as solteiras puxavam-na para o lado das solteiras. Enquanto isso, os homens respeitáveis, trajados de chapéu, em qualquer canto, com um baralho bem surrado, improvisavam uma mesa para jogar uma eletrizante partida de truco.

O Poprawiny - a música e a dança continuavam até o amanhecer do dia. Para repor as energias, pela meia-noite era servido um cafezão com a comida especialmente preparada para essa hora: pastel de requeijão ( pierogi ), bolinho de carne ( klopse ), geléia de porco ( zylcz ), bolachas, sonhos, bolos, cuques... No almoço do dia seguinte, domingo, parentes e vizinhos iam de novo na casa da noiva para um almoço festivo - repique - , chamado poprawiny; se algo não foi bom no dia anterior, agora era reparado! A legitimação de se comparecer nesse almoço era a desculpa de se oferecer para fazer a limpeza do pós-casamento; porém, depois de tanto piwo e vodka, o serviço ficava, naturalmente, para os donos-da-casa para a segunda-feira.

O Patacisko - casal que casa, quer casa para morar. O primeiro local que o filho ou a filha do casal polonês pensa em morar é ao lado da casa dos pais, ou seja, no Patacisko. Explicando: Patacisko é o local aonde se plantava batata-doce ( pataty ) para a alimentação da vaca ( krowa ) e do porco ( swinia ). Todo dia, a dona-da-casa ( babka ) tinha a tarefa de ir buscar a batata-doce para os animais, com o auxílio de um carrinho-de-mão ( toki ). Por isso, o Patacisko tinha que ficar perto da casa. Nas colônias mencionadas, há centenas de casas construídas no Patacisko. O pai era um pequeno lavrador; a mãe, dona-de-casa e responsável pela criação de animais. A casa sempre era construída perto de um córrego para facilitar a água para os animais. Na propriedade, sempre havia um poço de água potável e um cercado com pasto para eqüinos e bovinos. As terras férteis mais ao longe da casa eram destinadas para a plantação de batata, trigo, centeio, cevada, milho, feijão, ervilha, repolho... Olhando da janela da casa-mãe, a babka - mãe ou sogra - conseguia controlar no Patacisko as briguinhas do casal novo, as brincadeiras dos netos, a hora de as crianças irem para a escola, a hora que o genro chegava em casa, e, ai, se voltasse bêbado..

terça-feira, 26 de julho de 2011

Patrimônio da Cultura Eslava















A igreja, construída a partir de 1889 e inaugurada em 1903, está localizada na Serra do Tigre, em Mallet-Paraná. A base de sustentação do imóvel são troncos encaixados e recobertos de madeira. As paredes são triplas, onde a madeira foi encaixada com pouco uso de pregos. Apresenta ainda, no interior, pinturas com imagens de São Nicolau, Nossa Senhora e São José. Além de ser uma obra feita com madeira de araucária, tipicamente paranaense, a cultura é preservada na igreja por meio da religiosidade e da vida social que a rodeia, com suas tradições, ensino da língua e atividades de folclore. O trabalho de restauro será coordenado pelo Instituto Arquibrasil, com o apoio do IPHAN e patrocínio da Caixa Econômica Federal.
O inventário de edificações da imigração polonesa e ucraniana do Centro Sul do Paraná está sendo realizado por iniciativa do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. A área de abrangência do inventário inclúi 22 municipios do Estado: Palmeira, São João do Triunfo, São Mateus do Sul, Antônio Olinto, Paula Freitas, Paulo Frontin, Mallet, Rio Azul, Rebouças, Irati, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Imbituva, Guamiranga, Prudentópolis, Ipiranga, Ivaí, Reserva, Cruz Machado, Porto Vitória, União da Vitória e General Carneiro. Com isso, foram realizados trabalhos de prospecção visando a identificação e reconhecimento de residências, imóveis comerciais e industriais, igrejas de rito latino, igrejas de rito ucraniano e ortodoxo, cemitérios, escolas e clubes recreativos, totalizando 148 imóveis identificados e 108 inventariados.
No Paraná, a maioria dos imigrantes ucranianos chegaram a partir de 1895. Estima-se que foram mais de 10 mil famílias que formaram comunidades em Curitiba e no interior do estado.
O Paraná é o estado com maiores influências da cultura polonesa no Brasil. Muitos descendentes falam o idioma polonês como língua materna. Um grande número de imigrantes estabeleceram-se no país entre 1869 e 1920. Estima-se que 60.000 poloneses vieram para o Brasil nesta época e estabeleceram-se em Curitiba e no interior do estado. Com um número estimado em mais de 1,8 milhão descendentes no Brasil, os poloneses se tornaram uma grande influência na cultura brasileira.
Numa pequena análise da cultura eslava, partindo de uma foto que seja, de uma indumentária, de uma casa tradicional, de uma canção folclórica, de uma comida típica, de uma celebração religiosa, podemos perceber como esses sistemas simbólicos atuam, e como eles exercem um poder estruturante, por serem estruturados. Tudo é interligado e todos entendem estes códigos, que são também códigos de linguagem e comunicação. Para aqueles que não fazem parte desta comunidade pode parecer muito estranho e não fazer nenhum sentido, mas para aqueles que fazem parte tudo se interliga e conversa entre si, são as partes uma quebra-cabeça que é o próprio conjunto, mesmo sendo uma peça, é também o todo, pois ela traz implícitamente todos os símbolos da cultura, mesmo uma foto ou uma comida típica, isoladamente, pode representar o ápice da cultura, pois seu simbolismo possui um poder estruturante que fala por si só e não seria exagero dizer que para o imigrante/descendente, tal símbolo é a própria pátria, a própria Polônia ou a própria Ucrânia.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Catuaba e Rosa do amor



Prezado Guy.
Partiu da iniciativa de HC e foi apreciada por seus correlegionários. Beber catuaba com a rosa do amor é a exacerbação do sentimento de Eros. A catuaba com suas propriedades afrodisíacas somatiza o plus de potência presente implicitamente nos pistilos da rosa do amor. O resultado é o êxtase conjunto de Eros e de seus adoradores. E se fizermos um orgone neste momento, o desvario será total. Você ainda irá provar deste drink manipulado por HC, O Soberano da Casa, em sua farmacopéia e servido homéricamente nos ledos e levianos sarais literários.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sapatinho de Cristal...



Lendária propaganda do Chivas Regal. Muito sugestiva e bem insinuante, a partir desta imagem, eu posso claramente traçar um paralelo entre noite, bebida e mulher. Mas é melhor não falar, será novamente uma ofensa ao feminismo. Melhor deixar pra expressar no terceiro albúm dos Trapus de Luxo. As especulações giram em torno de uma temática bem universal e arrebatadora, já temos um nome: Se cuida Rapunzel!!!Bem sugestivo e insinuante, assim como o velho Chivas...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

III Texas King!!! Sold Out!!!












Foi nesse último sábado, dia 11 de junho, em Teixeiras Soares-PR, as pedras rolaram no festival mais underground da região! Quem já foi em alguma das edições do Texas sabe do que estou falando. As melhores performances do rock, numa noite de muita selvageria e cerveja. Neste III Texas, as bandas, Trapus de Luxo (versão King Size produzida especialmente para o III Texas King), Nova Hera, SR3, Morbid Dow, Streids, Vegas e Trashall, garantiram a noite do rock'n'roll!!! No maior feeling e sem frescuras, as performances de trem desgovernado invadiram a mente dos presentes e estouraram seus ouvidos!!! A organização do evento está de parabéns pela iniciativa, saúdo a pessoa de MD, por sua iniciativa rock'n'roll, dedicação e mobilização na organização do III Texas. A pessoa MD foi perseguido politicamente pelas elitezinhas locais que julgam idiotamente deter o poder, quase foi preso, extraditado e exilado, mas defendeu com unhas e dentes a bandeira do rock regional, e o III Texas King foi realizado com record de público, numa noite que será lembrada todos os dias até que se realize o IV Texas King, cada vez crescendo mais e roubando a cena, e fazendo a cabeça da geração xeróx!!! E é claro, BOTANDO PRA FUDER COM AS ESTRUTURAS FALIDAS DO MORALISMO LAICO-CRISTÃO!!! Que venham mais!!!

PS: Nas fotos, os melhores momentos dos Trapus de Luxo (Versão King Size)
Crédito das fotos: Kelly Stelmarsczuk

terça-feira, 14 de junho de 2011

Que tempos sao esses?

Que tempos são esses, quando
Falar sobre flores é quase um crime,
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Que tempos são esses,
Em que vivesse o milagre das comunicações
E evitasse o contato?
Que amasse mal e mesquinhamente
E dizem que amam demais?
E sentir saudades é sinal de fraqueza?
Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez,
E os poetas são todos combatidos e evitados.
Mas por você eu grito aos quatro ventos
Em linguagem de flores e de arcanjos
O amor que os poetas cantaram e por ele morreram.
O amor que está escrito nos livros antigos
E nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria.

Caminho de Versos Diversos - O livro de Gibathe



Uma preciosidade me foi entregue numa dessas manhãs tipicas de um inverno austero aqui do sul, um certo envelope de cor de papel de pão que continha um livro chamado Caminho de Versos Diversos... de Anderson Gibathe. Foi um arrebatamento a felicidade e a energia que senti ao abrir rasgando o envelope para que logo pudesse vislumbrar aquela capa magnífica com aquele estradão pitoresco dos caminhos aqui do Paraná, juntamente com aquele místico pinheiro com cercas de arame, lagos e muito verde... uma paisagem extremamente paranaense, SEU LIVRO É UMA AULA DE HISTÓRIA DO PARANÁ!!!Uma viagem a nossa primeira infância de meninos descalços que corriam atrás da corroça carregada de espigas de milho. Obrigado por ter enviado pra mim Gibathe, este que vem a ser remédio para o mundo e para minhas frustradas esperanças, um revigorante para os que padecem, uma bandeira para os que lutam, um ideal para aqueles que acreditam... um sonho para aqueles que já perderam essa infância primitiva, estou devorando página por página e me sinto nesse frio de inverno como se voltasse a minha primeira infância, onde tudo era mais fácil e descomplicado... onde as paisagens paranaenses eram cenário das brincadeiras de uma criança simples da roça, nascida da terra, com o rosto queimado de forte sol e lavado de torrencial chuva. Eu vejo essa criança correndo nas páginas de seu livro Antena, eu vejo essa criança andando descalça e de calças curtas em seu Caminho de Versos Diversos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Abaixo-assinado pela abertura dos arquivos da repressão política na ditadura militar



Nós, abaixo assinados, apoiamos a Campanha pela Memória e pela Verdade, desenvolvida pela OAB/RJ, em defesa da abertura dos arquivos da repressão política no período da ditadura militar.

Nós, abaixo assinados, consideramos que é direito das famílias dos desaparecidos conhecerem o destino de seus entes queridos.

Nós, abaixo assinados, estamos convictos de que o conhecimento pleno do que ocorreu nos porões da ditadura durante os chamados anos de chumbo é importante para se evitar a repetição da barbárie. Um país que não conhece sua História está fadado a repetir os erros.

Por fim, esperamos que as autoridades do Executivo e do Legislativo, a quem se destina este documento, determinem as providências necessárias para que seja dada publicidade aos arquivos, criando assim as condições para uma verdadeira reconciliação nacional.

http://www.oab-rj.org.br/forms/assinaturas.jsp

Definição de anarquia – Errico Malatesta

Anarquia é uma palavra grega que significa literalmente “sem governo”, isto é, o estado de um povo sem uma autoridade constituída.
            Antes que tal organização começasse a ser cogitada e desejada por toda uma classe de pensadores, ou se tornasse a meta de um movimento, que hoje é um dos fatores mais importantes do atual conflito social, a palavra “anarquia” foi usada universalmente para designar desordem e confusão. Ainda hoje, é adotada nesse sentido pelos ignorantes e pelos adversários interessados em distorcer a verdade.
            Não vamos entrar em discussões filológicas, porque a questão é histórica e não filológica. A interpretação usual da palavra não exprime o verdadeiro significado etimológico, mas deriva dele. Tal interpretação se deve ao preconceito de que o governo é uma necessidade na organização da vida social.
            O homem, como todos os seres vivos, se adapta às condições em que vive e transmite , através de herança cultural, seus hábitos adquiridos. Portanto, por nascer e viver na escravidão, por ser descendente de escravos, quando começou a pensar, o homem acreditava que a escravidão era uma condição essencial à vida. A liberdade parecia impossível. Assim também o trabalhador foi forçado, por séculos, a depender da boa vontade do patrão para trabalhar, isto é, para obter pão. Acostumou-se a ter sua própria vida à disposição daqueles que possuíssem a terra e o capital. Passou a acreditar que seu senhor era aquele que lhe dava pão, e perguntava ingenuamente como viveria se não tivesse um patrão.
            Da mesma forma, um homem cujos membros foram atados desde o nascimento, mas que mesmo assim aprendeu a mancar, atribui a essas ataduras sua habilidade para se mover. Na verdade, elas diminuem e paralisam a energia muscular de seus membros.
            Se acrescentarmos ao efeito natural do hábito a educação dada pelo seu patrão, pelo padre, pelo professor, que ensinam que o patrão e o governo são necessários; se acrescentarmos o juiz e o policial para pressionar aqueles que pensam de outra forma, e tentam difundir suas opiniões, entenderemos como o preconceito da utilidade e da necessidade do patrão e do governo são estabelecidos. Suponho que um médico apresente uma teoria completa, com mil ilustrações inventadas, para persuadir o homem com membros atados, que se libertar suas pernas não poderá caminhar, ou mesmo viver. O homem defenderia suas ataduras furiosamente e consideraria todos que tentassem tirá-las  inimigo.
            Portanto, se considerarmos que o governo é necessário e que sem o governo haveria desordem e confusão, é natural e lógico, que a anarquia, que significa ausência de governo, também signifique ausência de ordem.
            Existem fatos paralelos na história da palavra. Em épocas e países onde se considerava o governo de um homem (monarquia) necessário, a palavra “república” (governo de muitos) era usada exatamente como “anarquia”, implicando desordem e confusão. Traços deste significado ainda são encontrados na linguagem popular de quase todos os países. Quando essa opinião mudar, e o público estiver convencido de que o governo é desnecessário e extremamente prejudicial, a palavra “anarquia”, justamente por significar “sem governo” será o mesmo que dizer “ordem natural, harmonia de necessidades e interesses de todos, liberdade total com solidariedade total”.  
            Portanto, estão errados aqueles que dizem que os anarquistas escolheram  mal o nome, por ser esse mal compreendido pelas massas e levar a uma falsa interpretação. O erro vem disso e não da palavra. A dificuldade que os anarquistas encontram para difundir suas idéias não depende do nome que deram a si mesmos. Depende do fato de que suas concepções se chocam com os preconceitos que as pessoas têm sobre as funções do governo, ou o “Estado” com é chamado.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Minha menina-mulher-moça-menina




Isthar (visão material)
Aquele seu gesto tão simples
Espero não ter sido uma esmola
Queria então ser um mendigo
Sentado nas escadas de uma igreja
Olhando as sombras que caem das janelas,
Enquanto você passa e olha.
Perto dela os astros caem,
O mundo é só uma pequena esfera.

Isthar ( visão imaterial )
Luas, núpcias, chuvas, primavera
Conheces à todo o encanto
Guardiã das Visões do Paraíso
Daí-me o sono que tanto preciso
Para que não sinta nem entenda,
Os Grandes Sistemas do Mundo .
Perto dela os astros caem,
O mundo é só uma pequena esfera.


Kelly, minha doce e eterna menina...
Meu amor por ti vem desde a minha primeira infância, onde você era uma linda criança...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Estrela da Vida Inteira





Há 22 anos atrás uma estrela caiu lá do céu...
Antes era um anjo ou uma anja,
Depois virou estrela e veio a terra em forma feminina,
A mais terna, doce e linda forma feminina...
Hoje ela é meu amor,
Mais ainda eu a amo como se fosse aquela estrela
Que eu comtemplava aqui da terra...
E desde esse tempo em que ela era uma estrela
O admirável mito do amor me rondava
E me fazia torcer o pescoço para o céu.
Essa estrela colocou meu Universo em transformação
Essa estrela iluminou a minha noite escura
Essa estrela incendiou minha noite
E trouxe mais cor as minhas manhãs
E trouxe mais sol em minha auroras
E essa estrela é meu sol,
Essa estrela é meu girassol,
É a força em potência,
A transformação do amor na vida e na vida no amor
Essa estrela fez de meu céu um espetáculo do tempo e dos ventos
E eu nunca pensei que fosse amar como eu amava,
Por que até então eu nunca tinha amado,
Eu vivia na ignorância do desamor.
Essa estrela hoje é minha mulher
Minha menina-mulher, moça-menina.
Acima de tudo menina.
Acima de tudo festa.
Acima dos hemisférios, primavera.
Desnuda para a vida, coberta para o meu amor
Prímula, violeta, azaléia, planta, estrela
És criança, Gaia, Isthar, terra.
Menina-mulher, moça-menina
Acima de tudo menina.
Acima de tudo festa.
Acima dos hemisférios, primavera.
Luz do êxtase do amor da mulher amada
Em ti eu encontrei...
Luz na minha estrada infinita,
Luz na minha noite escura,
Luz no sertão do meu coração,
Luz da luz de meus olhos,
Luz de minhas primeiras manhãs,
Luz de minhas noites de verão,
Luz de meus sonhos de juventude
Estrela de minha vida inteira.

FELIZ ANIVERSÁRIO MEU AMOR, FEIZ ANIVERSÁRIO ESTRELA DA VIDA INTEIRA!!!

TE AMO KELLY, ESSE AMOR MOVE ESTRELAS E OUTROS ASTROS!!!

PS: Preciso roubar todas as estrelas para ti Kelly, sem você brilhando no firmamento elas ficaram todas órfãs e choram a tua ausência, leda irmã das constelações.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Por que te amo (Para Kelly Sokoloski)

Por que te amo vou fundo no poço
No fundo de um poço de um poço.
Por que te amo nunca é tarde demais
E minha vida nunca dorme,
É uma vida dessas que não dorme jamais.
E desde o tempo em que você era uma estrela
O admirável mito do amor me rondava
E me fazia torcer o pescoço para o céu.
Por que te amo não existe tempo feio
Sol, chuva, tempestade, garoa e solidão
E só a lua é testemunha.
Por que te amo nunca mais vou morrer
Tornei-me eterno sem querer,
Mas no fundo querendo,
Te amar me colocou na posição de imortalidade.
Por que te amo não tenho medo de perder
E aposto tudo no jogo da vida.
Não acredito na sorte
Não tenho medo da morte
Apenas desconfio do acaso
Esse anjo caído sem asas bêbado e maroto.
Por que te amo sou um forasteiro
E para forasteiros não existem leis
A não ser a lei do amor, a lei do sangue.
E roubar seu coração ainda é muito pouco
É preciso mais, é preciso
É preciso roubar seu corpo e todas as estrelas para ti.
Por que te amo sou um poeta maldito
Que escreve poemas sujos e obscenos
Afirmo a embriaguez como condição primeira
Para se chegar ao êxtase do amor da mulher amada
Um poeta maldito,
Que se apaixona todo dia pela mesma mulher.
Por que te amo intensificou-se a intensidade em mim
E intenso torna-se o amor ao amar-te
Conjugo a intensidade, sobretudo no amor
E por que te amo sou uma síntese de tudo
De tudo que existe, já existiu e ainda pode existir
Teu amor me transformou num ser atemporal.
Dionisíaco e báquico saúdo Eros na civilização.
Por que te amo sou o Universo em transformação
E transformo todo o meu amor em vinho, leite e mel
E o devolvo para sua boca e seu coração.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Henry Claude Stelmarsczuk - Mais que uma invenção



MAIS QUE UMA INVENÇÃO

Há boatos (veementes) que defendem que Henry Claude Stelmarsczuk existe. Mas talvez não se possa crer muito nisso. A data de 25 de agosto de 1985 em um registro civil pode ter sido forjada por alguém, quiçá pelo responsável pelo cartório, que poderia ter uma grande necessidade de ser outro, de ter um heterônimo para escrever sua poesia. Seja como for, existindo ou não, Henry Claude é um poeta maldito. E poeta no sentido pleno da palavra: é alguém que poetiza a todo instante, fazendo com que sua poesia maior se situe em sua vida (ou não-vida), para além, muito além de seus livros.
Há dois anos lançou Niilismo dos Símbolos, um cântico soturno sobre os labirintos do seu próprio espírito. Com Aforismos de Cordélia o poeta se afasta um pouco de si, e se coloca à disposição de um caminho de insanidades, mas também de muito amor.
Com influência simbolista, notadamente Cruz e Souza e Baudelaire, e, sobretudo, com forte influência de Drummond, Henry Claude vem traçando uma rota isolada, como que um largo caminho aberto, à margem de todos os caminhos, como que uma estrada desprovida de contatos com estradas que não sejam aquelas que partem de seu próprio coração.
Sua poesia é mais que um desabafo – é um descaminho, um desconcerto. Ouçamos com atenção o que o poeta tem a nos falar. Ele ouviu seu coração, e só aqueles que conseguem este feito merecem ouvidos abertos e francos. E isto considerando, talvez possamos dizer que os boatos se confirmam: Henry Claude existe mesmo. Não é apenas uma invenção.

Por Maygon André Molinari

PS: Fotografado bebendo catuaba com rosa do amor num desses sarais literários...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Moto chopper e custom parts

O estilo chopper vem de longa data no meio motociclístico. De acordo com alguns estudiosos e curiosos do assunto, ele começou a ser difundido de uma necessidade básica de alguns “motoqueiros”. Durante a 2ª grande guerra, a montadora americana Harley Davidson, forneceu containers de motos, produzidas especialmente para este fim. Foi a época que a Harley mais produziu em série e por ser a 1ª moto que se tem notícia, ela eternizou-se como a marca e o modelo mais conhecido mundialmente.
Depois que terminou a guerra, estas motos ficaram por muito tempo estocadas como material do “pós-guerra” e acabaram sendo vendidas ou leiloadas como artefatos sem utilidade. Os soldados que agora tornaram-se civis e voltaram para a normalidade de suas vidas, começaram a sentir-se muito entediados, já que não sentiam mais a vida por um tris como na guerra, e não estavam mais acostumados a vida de casa, mulher e filhos, faltava a adrenalina, faltava a eminência do ataque, faltava o risco e junto com ele o perigo. Então estes mesmos compraram estas motos em leilão, para se sentirem menos entediados com suas vidas de civis que agora levavam. Elas eram pesadas e vinham com muitos acessórios, caixas e dispositivos para se levar ferramentas e munições e eram usadas como meio acessível de transporte nos campos de batalha e acampamentos. Como estes acessórios deixavam as motos pesadas, estes ex-soldados começaram a cortar todos os excessos. Dai vem o nome chopper: cortar. Deixavam apenas os básico, muitas não possuíam nem paralamas dianteiro e nem freio dianteiro, roda livre. Em suma, sem os excessos a moto rodava livre e ganhava mais velocidade, um bom exemplo é a moto usada por Peter Fonda em Easy Rider (Sem Destino) de 1968, a moto do Capitão América. Este filme também serviu para difundir o estilo chopper.
Atualmente o espírito chopper ainda vive, presente em pequenas mas expressivas oficinas, as vezes improvisadas na garagem de alguma casa, pois este espírito é cigano e ele anda. Mecânicos e simpatizantes constroem verdadeiras obras de arte em cima de duas rodas. Como é o caso de um pessoal de Imbituva que está surpreendendo e ganhando a cena underground. Encabeçados pelo mecânico Junior que tive o prazer de conhecer pessoalmente e trocar algumas ideias a respeito do assunto e inclusive “encomendar” a execução de um projeto chopper rat bike, que já há algum tempo descolei este projeto mas ainda não tinha achado gente competente e que tenha o espírito chopper para concretizá-lo. O custom parts Junior com certeza foi o precursor do 1º chopper que rodou em terras imbituvenses... o cara que foi o criador da criatura de outro planeta!!! Este mecânico é um verdadeiro artesão, ele parte do zero, adapta em cima de qualquer projeto, cria, inventa, improvisa, corta, aumenta, diminui, enverga, estende, lembra um músico de jazz, sempre improvisando arranjos ao vivo e a cores. E quem faz o que gosta, sempre faz bem feito, tem o talento e o dom, um verdadeiro artesão que modela metais pesados, forjando formas distorcidas que viram verdadeiras obras de arte. Junior com certeza tem o que muitos chamam por ai de espírito chopper.
Na foto abaixo uma Harley usada na 2ª guerra mundial e todos os dispositivos que ela possuía para o transporte de material bélico, logo abaixo as criações de Junior no mais ousado estilo chopper, Another Planet (laranja) e a Las Vegas (azul).





quarta-feira, 4 de maio de 2011

Trópico de Câncer, de Henry Miller



Já está nas livrarias uma nova versão de Trópico de Câncer, de Henry Miller, traduzido por Jorge Freire. A reedição pela Bertrand desta narrativa autobiográfica, passada na Paris dos anos 30, inaugura a colecção 'Obras Literárias Escolhidas' lançada por esta editora.
Esse livro tardou em ser publicado nos Estados Unidos. Veio a público em Paris no ano de 1934 e só em 1961 chegaria às estantes americanas.
Jorge Freire considera "a criação, o tempo e a morte, a abolição da diferença entre o mundo das ideias e a experiência vivida e a quebra voluntária dos tabus" temas centrais de Trópico de Câncer.
De acordo com o tradutor, o prazer e o desejo, a que o escritor chama "milagres da personalidade", são "afirmação da verdade, da literatura, da vida e do individualismo".
Relato autobiográfico, Trópico de Câncer leva-nos pela Paris de entre-guerras vista e vivida por um Henry emigrado que deixara para trás Nova Iorque e fora para Paris em busca de um sonho: escrever. A fome, o sexo, o álcool, os biscates, a loucura, o delírio atravessam as páginas desse romance sobre o qual caiu o libelo de pornográfico e obsceno.

Henry Miller



"Suponhamos que amanhã, como consequência de terem lido Henry Miller, todas as pessoas começavam a usar uma linguagem livre, uma linguagem de sarjeta, se quiserem, e a agir de acordo com as suas crenças e convicções. E então ? A minha resposta é que, acontecesse o que acontecesse, seria como nada tivesse ocorrido, nada, insisto, se o compararmos com os efeitos da explosão de uma única bomba atómica. E isto é, confesso, a coisa mais triste que um indivíduo criador como eu pode admitir.
É minha convicção que estamos hoje a atravessar um período a que se poderia chamar de "insensibilidade cósmica", um período em que Deus parece, mais do que nunca, ausente do mundo, e o homem se vê condenado a enfrentar o destino que para si próprio criou. Num momento como este, a questão de saber se um homem é ou não culpado de usar de uma linguagem obscena em livros impressos parece-me perfeitamente inconsequente. É quase como se eu, ao atravessar um prado, descobrisse uma erva coberta de esterco e, curvando-me para a ervilha obscura, lhe dissesse em tom de admoestação: "Que vergonha!"

UMA HISTÓRIA DE DOIS HENRYS



A história que vou contar é bem conhecida, mas eu gosto muito dela, e por isso não resisto à tentação de contá-la, já que é a história do automóvel, tão presente em nossas vidas e na nossa pós-modernidade

Henry Ford deixou de ser um mero inventor para se tornar um homem de negócios quando, com ajuda de um grupo de investidores de Detroit liderados por William Murphy, fundou a Detroit Automobile Company, a 5 de agosto de 1899, 110 anos atrás.

Mas Ford ainda não havia conseguido aperfeiçoar sua ideia de automóvel, aquela que ia desabrochar no modelo T e fazê-lo o mais importante industrial do século. Naqueles tempos em que a tecnologia desta nova máquina ainda não era dominada, acabou por falhar em criar algo que pudesse ser produzido e vendido com lucro, e a empresa logo acabou. Ford de certa forma ainda tinha muito a descobrir.

A próxima tentativa veio com a Henry Ford Company, incorporada no fim de 1901. De algum jeito, Henry conseguiu que William Murphy investisse novamente a maior parte do dinheiro necessário, mesmo depois de perder bastante com o fracasso anterior.

Mas Henry ainda não estava pronto para ser um industrial; tinha àquela época descoberto as competições automobilísticas. Em busca de mais conhecimento sobre o animal automóvel, de glória e publicidade, e de dinheiro, Henry devotava a maior parte de seu tempo a um monstro cuspidor de óleo, um carro de corrida que atendia pelo nome de “999”, que traria a ele tudo isso, menos a parte do dinheiro...

Logo, Murphy estava possesso com a incapacidade de Ford de criar um carro vendável. Foi aí que ele teve uma ideia sem nenhuma possibilidade de sucesso: Achou que podia contratar um chefe para Henry Ford.

Entra em cena Henry Leland (foto no fim deste post), um dos diretores da Leland & Faulconer, uma oficina de usinagem famosa em Detroit. Leland fora treinado na fábrica da Colt (o lendário Springfield Armory), e era famoso pela elegância, precisão e durabilidade de suas peças usinadas. Àquela época, a L&F ficara conhecida por produzir excelentes motores para os Oldsmobile de Ranson Eli Olds. Em visita à fábrica de Ford, pintou um quadro aterrador de fracasso iminente para Murphy, e acabou sendo contratado como supervisor geral da Henry Ford Company.

Henry não durou muito ali; logo em seguida abandonou a empresa, e com ele foi-se o nome da companhia. Alguns dizem que ele foi demitido; outros, que pediu demissão; o que sabemos com certeza é que Ford não saiu contente. Murphy reorganizou-a com Leland como líder, e adotou um nome que todos conhecemos: Cadillac Automobile Company.

Cadillac era o sobrenome do fundador da cidade de Detroit, um nobre francês chamado Antoine de La Mothe Cadillac. Sob a batuta de Leland, a Cadillac ficaria famosa por iniciar a intercambiabilidade de peças, e seria comprada pela jovem General Motors em 1909, para ser a sua marca de prestígio e de luxo. Leland é reconhecido hoje como um dos maiores pioneiros do automóvel, e sua contribuição em técnicas de usinagem, precisão e tolerâncias é absolutamente inestimável.

Todos sabemos o que aconteceu com Ford: sua nova companhia (a terceira), Ford Motor Company lançou o modelo T em 1908, e em 10 anos ele era um dos homens mais ricos e poderosos do planeta.

Alguns anos depois da compra da Cadillac pela GM, em 1917, Leland e Murphy criam uma nova companhia: a Lincoln Motor Company, com a intenção de competir com a sua antiga empresa, com carros de alta qualidade.

Alguns anos depois, com a empresa em concordata, a Lincoln acaba por ser comprada por quem? Henry Ford. Em menos de um mês, Henry Leland estava desempregado.

Ford jurava de pé junto que fora uma lógica decisão empresarial, mas todos sabemos que, afinal de contas, o velho Henry conseguira, finalmente, sua vingança.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Recado do poeta Humberto Gessinger

Já não vejo diferença entre os dedos e os anéis
Já não vejo diferença entre a crença e os fiéis
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo deveria ser
Há tão pouca diferença e há tanta coisa a fazer
Esquerda & direita, direitos & deveres,
Os 3 patetas, os 3 poderes
Ascensão & queda, são dois lados da mesma moeda
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo poderia ser
Há tão pouca diferença e há tanta coisa a fazer

Nu artístico II









O corpo talhado deslocado do tempo e do espaço,
Caindo em desnível, numa perfeita simetria.
O corpo talhado para o amor.
O corpo talhado para a arte.
O corpo como altar para perfeitos sacrifícios.
O corpo, tábua de suplícios.
O corpo, veredas de feitiços.

Nu Artístico - o estado da arte em sua máxima expressão







Ao contrário do que o senso-comum pensa, o nu artístico não tem nada a ver com pornografia. É o estado da arte em sua máxima expressão. É a arte do corpo, a beleza, o mistério, o expressionismo e o surrealismo do corpo, retratado por uma fotografia e/ou pintura. É uma exaltação da beleza humana, e principalmente da beleza feminina, a feminilidade é levada ao extremo, na maioria das vezes, violentamente.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Rock numa cidade tao pequena e tao ingenua

O que acontece no cenário local iratiense é que não temos um espaço destinado as artes em geral. O anfiteatro Denise Stoklos está com as obras embargadas e nem sabemos porquê. Nossa cidade tem inúmeras expressões artísticas “engavetadas” e que não tem oportunidade e nem lugar de se apresentar, as oportunidades são raras e quando muitas vezes procuramos participar, já estão encerradas as inscrições e nem sabemos, por falta de divulgação.
No caso de bandas rock, que é um gênero não tão comum na cidade que possui tantas influências do tradicionalismo gaúcho e sertanejo, existe um público que aos poucos vem se mostrando favorável a sua divulgação e também criação, já que o rock é um tipo de música que se renova com cada geração, e que foi muito usado na própria história como veículo de protesto, contestação e revolução. Basta olhar a história e ver como tudo aconteceu com figuras que viraram lendas, como Bill Halley e seus Cometas, Elvis Presley, Jerry Lee Lews, Richt Valens e outros. Aqui no Brasil tivemos muitos revolucionários que numa época de autoritarismo e imprensa censurada foram os porta- vozes da juventude e de suas necessidades e direitos, entre eles Raul Seixas, Legião Urbana, RPM, Engenheiros do Havaí, Plebe Rude e muitos outros. Historicamente falando, o rock sempre foi música de protesto e revolta, um hino da insatisfação social e pessoal, música de transformação de mentalidades e atos e também de muito preconceito. Mas o preconceito existe em todas as esferas, e ainda mais no que concerne as artes. O senso comum, já de ante-mão, julga, sentencia e condena, e com isso reprime toda e qualquer manifestação de criatividade e liberdade.
Mas estamos no século XXI e a pluralidade cultural vem sendo enfatizada nos discursos de líderes políticos. O preconceito já virou crime, mas ainda é exercido e cultivado no seio de nossa sociedade, seja a classe qual ela for. O preconceito se manifesta de maneiras evidentes. Não digo que em Irati não existem lugares para se apresentar devido ao preconceito com o estilo, mas que ele influência, isto é fato.
Em Irati existem ótimas banda de rock cover's. Tocam tão bem quanto os originais, mas se esquecem que estão apenas repetindo algo que já existe, apenas reproduzindo. Mas existem outras que vem se distinguindo, pois mantém o propósito de revolução, mudança e contestação, que sempre foi a missão do rock. Em suas letras, acordes e riffs, abordam coisas de nossa realidade e de nossa cidade, e deixam para os ouvintes sua mensagem, seu pensamento e sua filosofia, usam o rock para fazer política, justiça e lutar por um mundo melhor. Assim como é o lema do Rock in Rio que este ano terá sua terceira edição na cidade do Rio de Janeiro, em setembro: Rock in Rio, por um mundo melhor.
Entre estas posso citar duas que conheço e uma que faço parte: Escultores de Alento, Sem Sistema e Trapus de Luxo da qual faço parte e sou fundador. As três bandas tem tendências e estilos diferentes dentro do mesmo gênero. Pelo que conheço e ouço posso tentar descrever Escultores de Alento que possuem um rock melódico e incisivo, abordando questões de humanidade em suas letras, valores indispensáveis e essenciais, que faltam na maior parte da sociedade. Levam uma mensagem de luta e esperança, dando consolo aos que padecem, fazendo com que todos acreditem em um novo amanhã, que este amanhã não é utopia, mas que está em nossas mãos. Já a banda Sem Sistema, o nome já define, sem sistema. Lembrando a velha temática punk, de que o maior causador de doenças e destruidor de sonhos é o Sistema. Aquele que nos escraviza e nos tira todo prazer e alegria da vida, o grande odiado. Um som vigoroso sem muitas firulas, dizendo o que todos querem e dizer e ouvir, mas que não possuem coragem para tal. Já quanto aos Trapus de Luxo, eu como fundador, e compositor, posso dizer que é uma viagem pela selvageria que somente o rock e seus subgêneros são capazes de despertar, quando ouvidos em alto e bom som. É assim que posso definir o demo da banda Trapus de Luxo (in concert) do interior de Irati, Paraná. Formada há 3 anos, por Henry Claude Stelmarsczuk (guitarra, vocal e composição), Rodrigo Stelmarsczuk (bateria) e Márcio Duda (baixo), lançam neste mês o cd demo ” Na hora do coito”, que alia atitude e bom humor, em suas letras. Vide o nome que leva o álbum. A partir do nome da banda, título do disco, capa e contra-capa, podemos ter uma leve impressão do conteúdo.
Aparentemente para o ouvinte comum, apenas mais um disco de rock seguindo a lendária tríade de sexo, drogas e rock’n’roll. Mas os Trapus vão mais além. Variam do bom hard rock (No bar), para explodir sem advertir e inesperadamente na próxima faixa num violento punk rock alá Titãs anos 80 (Acenda a luz, apague a luz). Sem contar os temas históricos da humanidade que sempre surgem como polêmica, como a Inquisição, a guerra, a Igreja e o satanismo, abordados na faixa “Conventos, Mosteiros e Sacristias”.
Destaque para a primeira faixa, um hard rock que é um pesadelo, recomendado para se ouvir em almoços e jantares onde toda a família está presente. Com acordes incisivos, tribais, secos e repetitivos, crispações incômodas que explodem em um refrão em forma de orgasmo, lembrando o ato do coito. Termo usado no período do Brasil Colônia para denominar com mais pudor o ato sexual, (diga-se de passagem, que todos os integrantes da banda são formados em história). Ela é uma homenagem informal a todas as cortesãs do Brasil, tão importantes na disseminação de bordéis, e muitas vezes fundamentais na vida de alguns homens na história”.
Assim ouvindo o álbum, podemos ter um vaga noção de onde derivam suas músicas, a princípio elas provém da experiência, extrínseca e intrínseca, nua e crua, estas seriam as responsáveis pelo ato criador, somando-se ao conhecimento histórico de práxis e o principal, a vontade de fazer um rock sem frescura.
Enfim, tenho muito mais a dizer, mas o espaço é limitado. Mas saliento, Escultores de Alento, Sem Sistema e Trapus de Luxo arrebatam como poucos da atualidade e das redondezas. Eles fogem do lugar comum, são sátiros, irônicos, criativos, selvagens e incisivos. Ou você sente ódio ou amor, jamais indiferença ao ouvir. Citando Guns’n’Roses, “destruir para construir”, quebrar as antigas e as novas tábuas que estão escritas pela metade, como diz o irreverente e irrequieto Raul Seixas, “eu uso o rock para dizer o que eu penso”. E eu penso como a maioria dos jovens de Irati e da região que encontro nas ruas, colégios e eventos, precisamos de mais espaço para a nossa cultura, para nossa arte para o nosso rock'n'roll, precisamos de mais espaço para a nossa liberdade.

Por Henry Claude Stelmarsczuk

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Corpus Dóceis




E "ele" continua afirmando que devemos estar/almejar/desejar/ser “orgulhosos de sermos cidadãos exercendo os Direitos e cumpridores dos Deveres”, pois bem se continuarmos apenas exercendo Direito e Deveres estamos sendo dóceis, Córpus Dóceis, e contribuindo para a idiocracia, miséria e corrupção do mundo... os Direitos e Deveres, tão falados e inclusive mencionados pelo professor Diomedes, nada mais são que formas de controle, usadas deliberadamente pelo Estado para exercer o instinto de rebanho na população. Direitos e deveres são formas de controle mascaradas.
Sobre as formas de controle, Foucault insere o conceito de horário como forma de controle, e que deve ser útil, ou seja, o corpo tem que seguir um padrão de horário a fim de se estabelecer prazos e limites para as produções do mesmo. “Tática, ordenamento espacial dos homens, taxinomia, espaço disciplinar dos seres naturais; quadro econômico, movimento regulado das riquezas.” (Foucault: 1995, p. 136). As mais diversas táticas de controle são aplicadas, o que faz com que um corpo destituído das marcas da cultura, um corpo exterior à história, é impensável.” Devido a um rigoroso processo de controle, os indivíduos são fabricados e tomados como objetos e agentes concomitantes. As mais variadas formas de controle passa-se a atuar em: classificar, observar, registrar e controlar tudo e todos num processo indefinido, levando até mesmo o “autor da arqueologia sobre o poder” (Foucault) a questionar: "Esta dificuldade - nosso embaraço em encontrar as formas de luta adequadas - não virá de que ainda ignoramos o que é poder ? Afinal de contas foi preciso esperar o século XIX para saber o que era exploração; mas talvez ainda não se saiba o que é poder. [...] Existe atualmente um grande desconhecido: quem exerce o poder ?" (FOUCAULT: 1992, p. 75). Para Foucault, as formas de controle, tem como conseqüência o poder irradiando-se como uma rede que permeia todo o corpo social, produzindo diferentes pontos ou como diz Foucault, “campos de forças” que perpassa todo o corpo/cotidiano social não sendo por isso, localizado num ponto central. O poder se constitui enquanto "relações de forças.” E, de forma que; é possível então perceber o sentido de suas análises sobre os mecanismos, as técnicas e tecnologias de poder em funcionamento por todo o corpo social. Então se continuarmos “orgulhosos de sermos cidadãos exercendo os Direitos e cumpridores dos Deveres”, estamos sendo como a ovelha que vai obediente para o matadouro, ignorando que ignoramos a ignorância implícita nesse maldito conceito de termos orgulho de sermos cidadãos cumpridores dos Direitos e Deveres... pura bazófia!!!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Casamento Polonês



Hoje me surpreendi com notícias familiares na web. Dados então até obscuros para mim, que me lembro apenas de minha vó paterna contar vagamente em minha infância. E tais dados procedem, pois a pesquisa foi feita pelo grande historiador da região, o nosso querido professor José Maria Horreda, meu grande amigo que tive o prazer de compartilhar matérias da história local na Revista do Centenário, Encontei estes dados no seguinte site: www.polonesesnobrasil.com.br:


Casamento em 19/ set/ 1925 Iraty -Gonçalves Junior Barra Mansa
Adão Stelmarchuck (Stelmarczuk)nascido 24/12/1903 filho de José Stelmarczuk e Rosália com Maria Parepinski nascida em 08/maio/1907 filha de João Paripinsky (falecido em 28-04-1923) e Josepha Parapinski.

Obito em 29/ maio / 1935 de Adão Stelmarczuk com 31 anos de idade (da Polônia) filho de José Stelmarczuk e Rosália poloneses casados e residentes em Ponte Alta.
Deixando viúva Maria e filhos: Leonardo, Ana, Leonor, Henrique, Antonia.

Os dados acima são do casamento de meu bisavõ Adão Stelmarsczuk e também de sua morte aos 31 anos de idade, e também faz menção a viúva Maria e seus filhos: Leonardo, Ana, Leonor, Henrique, Antonia, destes Leonardo e Leonor já falecidos, sendo Henrique meu avô.
Nesta página são colocados os dados de pesquisas realizados por Silvia Regina Parapinski Massera e colaboradores sobre os antepassados e outras pessoas relacionadas que viveram na Colônia Iraty (Barra Mansa), mais tarde denominada Conçalves Junior: (Município de Irati - Paraná. Famílias que poavaram a Colônia Gonçalves Junior-Pr.Estes registros são verídicos e foram extraidos do Cartório de Gonçalves Junior.
Em homenagem ao meu avô Henrique e minha vó Silvia posto a foto do casamento deles, no mais tradicional estilo polonês, realizado na comunidade de Cadeadinho-Irai-PR.

O Grande Irmão Zela por ti!!!



O grande responsável por nossa irresponsabilidade social é o Estado. O Estado se encarrega de “zelar” por seus cidadãos. “ O Grande Irmão zela por ti”, é a frase máxima do livro de George Orwell em 1984, famoso romance político que trata de um regime totalitarista que tudo providencia e tudo pune. E ainda realiza uma fraude mental nas pessoas, fazendo todos acreditar no lema: Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força. Então com esta mentalidade de que existem políticas públicas elaboradas com o propósito de “zelar” por nossos “irmãos” deixamos de fazer o mínimo que podemos, pois o Estado vai providenciar ajuda ao nosso concidadão, vemos crianças, velhos, jovens e adultos nas ruas em pleno abandono e miséria, vemos falcatruas, fraudes e corrupção em nossa cidade e local de trabalho, mas nada fazemos, ignoramos o óbvio, pois o Grande Irmão vai providenciar amparo, ajuda, comida, justiça. Com esta mentalidade de que não é nossa responsabilidade e sim do Estado, nos acomodamos no conforto de nossas casas e para aliviar a consciência, muitos depositam o dízimo na Igreja, e nem sabe-se para onde vai está contribuição, talvez para o bel-prazer do sacerdote que desfila com camionete Hilux a noite toda de sábado pelas ruas municipais da pacata e subdesenvolvida cidadezinha. Enquanto ignorarmos a nossa necessidade de agir estaremos fortalecendo ainda mais a violência moral para com nosso semelhante, e compactuando com a desigualdade e injustiça que permeia todas as esferas dos filhos deste solo.

III TEXAS KING



Vem ai o evento mais underground da região do centro-sul do Paraná. O evento que VAI botar pra fuder com as estruturas falidas do moralismo laico-cristão: III TEXAS KING ROCK FESTIVAL!!!Dia 11 de junho na cidade de Teixeira Soares-Paraná.
Em sua terceira edição vamos coroar o Rei King ao som do bom e velho Rock'n'Roll!!!
Aguardem, as melhores performances do rock em uma noite de muita selvageria e cerveja...
Banda Trapus de Luxo confirmada em sua versão exclusiva King Size, especialmente produzida para o III Texas King, e outras bandas locais detonando ao vivo e incendenando a noite no melhor estilo Texas...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Pantera Negra



O sol bate, ela brilha preto.
Você chega mais perto.
Ela sente sua presença, ruge forte
Mostra a garra e a potência.
Espera você chegar mais perto.
Brilha mais preto.
Um passo e você vê seu corpo
Lindo, forte e ágil
Ela se abaixa, dócil
Rugindo baixinho.
Você monta,
Se sente dono e domador.
O vento no rosto, a pantera é sua.
Brilhando preto.