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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Satanismo Medievo - Tributo ao padre Docre (By Cordélia-1984)


Coventos, mosteiros, sacristias
Sortilégios, satanismos, feitiçarias
Obra de perversos clérigos
Que fabricam o horror da matéria
No vermelho sangue dos fetos
Ofertados sem culpa às trevas.

No sangue espalhado pelos campos
Na batalha dos homens de virtude,
Nas bandeiras rasgadas e jogadas
Nas crenças sumidas e caladas
Há o silêncio grave e profano,
De quem alimenta a guerra...

Nada de surpresas

Nada mais me surpreende;
Nem o frio mais gélido da estação
Mais austera, solitária e alcoólica a me trincar os ossos,
Nem o calor mais ígneo
Da bola de fogo em pleno meio-dia do deserto.
Nada mais me surpreende;
Nem a mais avançada, das mais avançadas das tecnologias
Nem os causos nostálgicos de algum velho lavrador
Com sua enxada.
Nada mais me surpreende;
Nem o mais novo sabor de sorvete
Nem o mais caro e nobre vinho.
Nada mais me surpreende;
Nenhuma ação política
Nenhum levante popular.
Nada mais me surpreende;
Nem as causas perdidas
Nem as causas impossíveis.
Nada mais me surpreende;
Nenhuma segunda intenção
Nenhuma oferta tentadora.
Nada mais me surpreende;
Nem se o Amor da mais linda jovem
Por um simples camponês acabe,
Como se nunca tivesse existido.
Nada mais me surpreende;
Que o dinheiro compre à tudo
E à tudo coloque um preço.
Nada mais me surpreende;
Nem a mentira mais dissimulada
Nem a mais pura e santa verdade.
Nada mais me surpreende;
Nem o modelo de carro mais potente e mais veloz
Nem o chinelo amarrado com barbante.
Nada mais me surpreende;
Nem o título mais excelso que um cidadão possa ostentar
Nem o analfabetismo de um retirante.
Nada mais me surpreende;
Nem a mais opulenta falcatrua
Nem a obra mais digna de louvor.
Nada mais me surpreende;
Nem a escuridão
Nem a clarividência.
Nada mais me surpreende;
Nem a falta de vida
Nem a eminência da morte.
Nada mais me surpreende;
Nem o grito rouco em pleno dia
Nem o silêncio grave e profundo na noite absoluta.
Infelizmente, nada nem ninguém
Nem o bem, nem o mal,
Nem o amor, nem o desprezo,
Nem o ouro, nem o sangue,
Nem o vinho, nem o vinagre
Pode me surpreender,
Pois, nada mais me surpreende.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ele (By Cordélia - 1984)


ELE

Ele vai chegar sorrindo
Ele vai te dar a mão,
Falará dos dias lindos
Que com ele chegarão.
Falará também de escola,
De criança e de prisão
Segurança e mais emprego,
Mais saúde, habitação.
Ele vai pedir seu voto
Mas você vai dizer não, não, não.

Ele vai te olhar nos olhos
Até o dia da eleição.
Erguerá uma criança
Pra luz da televisão.
Aparecerá suado
Cansará de dar a mão
E ele vai pedir seu voto
Mas você vai dizer não, não, não.

Não eleja vagabundo nesta eleição!
Vote nulo!
Vote Sr. Nulo!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Meus ancestrais polacos...

Um dia quem sabe vingarei o mundo,
Pelos sofrimentos cometidos a meu povo.
Tenho uma dívida com meu próprio sangue.