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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Coração do Mundo (Homenagem a SP)

Dos becos e ruelas soturnas
Saem os punks e os delinqüentes
Para a luz do dia,
Com ramalhetes de flores prematuras
Em suas mãos.
Dos quartos das pensões
Os velhos se agarram nas portas
Com suas feridas e seus remorsos.
Entretanto saem,
A luz os espera.
Das esquinas escuras e impensáveis
Arrastam-se mendigos e andarilhos.
Não zombam do mundo,
Deixaram a morbidez
E caminham sem pressa.
Pródigos proletários
No regaço de prostitutas cansadas,
No bares da Vila Madalena
Traem seus órfãos doentes.
Em meio ao sacrilégio
Um monge herege os avisa
E eles também levantam-se.
Todos aglomeram-se a minha volta
Não há curiosidade, nem revolta.
Há semblantes vivos e eucaristia.
Bêbado e meditativo
Então mostro-lhes o que sobrou
Da noite passada.
Estamos em São Paulo
E aqui é o Coração do Mundo.

2 comentários:

Rart og Grotesk disse...

vc foi bem criativa, fez um poema interessante que mostra a nossa dura realidade.
valeu por ter comentado no meu blog! se quiser, visite meu outro blog http://denisirenia.blogspot.com

HENRY CLAUDE STELMARSCZUK disse...

Pódi crê!!! SP é vida loka total, non, plus, ultra!!! 24 horas, no córre o dia todo!!!