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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

a imensa casa

agora tudo se confunde e eu já nem sei quem sou...
é a infância, a adolescência, os dias atuais turbulentos
naquela casa cheia de história dos bons tempos,
dos anos 90 onde ali havia fartura e riqueza
e consequentemente muita alegria.
jantares fartos, muita coca-cola, cervejas, churrascos
almoços de domingos, páscoas, natais com muita gente por todos os cômodos
televisão ligada, música alta, risos, gargalhadas, todos de bem com a vida
homens de camisas novas e mulheres com seus cabelos graduados,
lavadas com os melhores xampus do momento,
os mesmos que passavam nas propagandas da tv.
mas tudo passa, impérios decaem, jovens envelhecem
as embalagens dos xampus ainda são possiveis de se encontrar
soterradas pelo tempo e pela terra no fundo do quintal
já não impressionam mais, nem perfumam ou embelezam
mas a casa existe, pois talvez não fora construída
para estes que já por elas passaram e usufruiram
assim de todos os benefícios, luxos e seus inúmeros quartos, salas e aposentos
pois ela fora feita e construida e prometida
para aquele filho de colono
tão pobre e sem perspectivas
que mantivera seus sonhos sempre queimando
e que tivera seus destino escrito nas estrelas
traçado na felicidade merecida
pois quem semeia entre lágrimas
entre sorrisos colherá
e ele está prestes a colher.

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