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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Glossário de Polonês



Desde pequeno estou acostumado com certas palavras que não estão em nenhum dicionário. Palavras usadas na "lida" diária pelos descendentes poloneses e ucranianos aqui no Sul do Paraná. Palavras que passam "desapercebidas" aos demais cidadãos, mas que fazem parte do legado cultural dessas duas etnias. Palavras que fui compilando em minhas andanças, em especial quando estive por Prudentópolis, o nosso Vaticano, em suma, montei assim um pequeno glossário para aqueles que não tem conhecimento dessas peculiaridades de nossa cultura. De posse dele, o cidadão não se vê em apuros ao passar pelas cidades de Irati, Prudentópolis, Rio Azul, Mallet, etc...




Ade: admiração, descrença, dúvida.
Amorinha: Morango.
Ardida: Diz-se de madeira ruim, meio podre (Essa imbuia eu não quero porque é ardida!).
Arrancão: sair em disparada, correndo.
Arremechô: Arrebentou, achatou, destruiu.
Arrotar repoio podre: Se gabar, contar vantagem.
Bassora: Vassoura.
Beronha: Mosca varejeira.
Bebum: café-com-leite com farinha de milho junto.
Boi-no-trigo: Calça enfiada na bunda (Olhem, lá vai a Ritinha com o boi-no-trigo).
Boja: Deus.
Bege Boja: Beijar santo.
Briquiá: Trocar de mano a mano.
Bufando: Cheio, quase transbordando (O rio está bufando de cheio!).
Cagando pras tiradeiras: diz-se do indivíduo que está fraco, debilitado de força física ou saúde.
Cabeça-de-nego: sorvete do tipo moreninha.
Campina de cacete: surra.
Carça-rasgada: Doce frito de canela e açúcar, tipo churros.
Caxêta: Doce de cortar em pedaços, tipo goiabada cascão (Babuska fez caxeta de pêssego hoje).
Chiminé: Chaminé.
Chinelão: Peixe grande, do tamanho de um chinelo.
Chinex: Ou chineque, pão doce arredondado com cobertura açucarada.
Circuíte: Choque elétrico (Gabriézinho levou um circuite na tomada).
Cobaça: Linguiça pura de porco, defumada.
Córno: Diabo (Mas que frio dos córno!)
Coróte: Pequeno bujão de gás para lampião, também pessoa baixa e gorda.
Credos figádo: Admiração.
Cuivara: Vara usada para ameaçar crianças.
Curisco: relâmpago.
De varde: Atoa, sem ocupação, derivando de debalde.
Decumento: Documento.
Defeitôso: Com deficiência física, deficiente.
Diameia: Trocar meio a meio, repartir ao meio.
Diquéria: Favelado.
Disprudismo: Situação ou coisa inusitada, estranha, esquisita.
Discoivarar: limpar o terreno depois da queimada.
Durnêi: Xingamento: Burro! Tongo! Idiota!
Dorada: Dores pelo corpo.
Escadera: costas ou dorso.
Furquilha: Complô de dois contra um (Vocês tão de furquilha contra mim!).
Espingardiado: Arrebentado, estropiado, acabado.
Féla: Incrível, ousado, menino maluquinho (Fulaninho é féla!).
Fuzilo: Relãmpago.
Eito: pequeno pedaço de terra.
Géle bento: mistura milagrosa, que cura, para muitos cachaça.
Inlhado: Enrolado, demorado, lento, atrapalhado para fazer algo.
Jabuticava: Jabuticaba.
Jegue: Esquesito, que não combina. ( Essa camisa fico Jegue pro Miroslau)
Jacobosqui: arma de fogo, revólver.
Largar mão: Desistir de algo (Yujo largo mão de namorar Maria).
Laxético: Lazarético, lazaretimônico, lazarento, caipora etc.
Lavagêro: Cão vira-lata.
Leviano: Coisa leve, que não é pesada.
Lida: trabalho diário.
Lona ou lona disgraçada: crise, falta de dinheiro.
Luxento: fino, cheio de luxo.
Lubisóme: Homem feio, ou muito feio.
Marragüela: Caqui verde, caqui que amarra.
Mestura: Reciclagem de comida como carne, salada, legumes etc (Comadre Ronda não tem dinheiro nem pra comprar mestura!).
Mônjo: Maltrapilho, imundo, esfarrapado (Derivado de monge).
Mongo: Sujeito atrapalhado, que não leva jeito, que não é esperto.
Nhêngo: Burro, idiota, tolo.
Nó pras costa: coisa ou sujeito enrolado.
Olhosa: Injeção muito dolorida (Vou te levar na farmácia pra tomar uma olhosa).
Ornar: combinar, harmonizar.
Patinho: Gibi, histórias em quadrinhos.
Pedra-lisa: o mesmo que bêbado.
Penicite: Apendicite.
Picadinho: Café com leite com muito açúcar, com pão picado dentro.
Pioiéco: Pequeno, miúdo.
Pidoncho: pedinte.
Pragata: chinelo de dedos.
Puxerão: Mutirão na roça entre vizinhos e amigos.
Quisto: Cisto (Nízia se operô de quisto no ovário).
Rage: Situação complicada (Nois passemo uma raje na missa das dez!).
Representô: Ter uma visão, impressão, relacionado com medo, ver vultos ou assombração (Não assuste a criança senão vai representá pra ela de noite!).
Réstia: reflexo do sol ou da luz no espelho ou no vidro.
Relampiando: que emite muito brilho.
Rinso: Sabão em pó.
Riscando facão: Expressão de ameaça, perseguição (Mihátcho saiu riscando facão atrás do Sapháte)
Roseta 21: Tipo de bicicleta cuja engrenagem traseira tem 21 dentes.
Ruges: Maquiagem (Mais olhem como a Tereza se rebocô de rugem!).
Salambaia: Samambaia.
Salamoníco: Sal amoníaco, bicarbonato de amoníaco.
Saprema: Sistema de alavanca, ponto de apoio (Faça uma suprema).
Salamargo: Sal amargo, cloreto de magnésio, com efeito purgativo.
Semelhante: Grande, enorme etc (Bibo pegou uma semelhante de um lambari no Tamanduá).
Se arrodiando: se enrolando, ganhando tempo, que não toma atitude.
Siquilho: Tipo de bolacha, biscoito de araruta.
Taiada: Fatia, pedaço (Romaldo, me vê aí uma taiada de xaxixo).
Taréko arkáide: cínico, sem vergonha.
Tiguéra: terreno com muito mato.
Tchudo: Bêbado.
Térnica: Garrafa térmica (Faça café e coloque na térnica!).
Tórda: Capota de carro ou carroça.
Úrtis: Jogo de bolinha de gude (Úrtis às ganha!).
Xaxixeiro: Trabalhador desleixado.

2 comentários:

Je_Malanowski disse...

olá, na verdade é Boje e nao boja a menos q a pessoa esteja se referindo a (matki boja) ai sim...
e nao é cobaça e sim Kubassar....

HENRY CLAUDE STELMARSCZUK disse...

Olá Malanowski...
Polacamente falando, eu criei o glossário baseado como os polaco falam por ai, nua e cruamente, no dia-a-dia, escrito como se pronuncia, assim como o Isidório Duppa faz com suas músicas, pra ficar mais fácil de identificar o que significa... pois afinal, a maioria dos polacos sabem falar, mas na hora de escrever a porca torce o rabo...
E quanto a "cobaça", "queobaça" ou "kubassar", já são 3 horas da tarde, hora da merenda, e eu vou comer a minha...
"Já vou chama Iujo..."